sábado, 29 de dezembro de 2012


Comentários e Sugestões do Artesão Sobre Datas Festivas.

O brasileiro e suas datas festivas no caso de agora, natal e réveillon, faz uma gastronomia com muita carne de aves no natal, peru, chester, frango e no ano novo mudam os protagonistas, o ator principal passa a ser o porco, ganha ênfase também o bacalhau e o salmão. O motivo da exclusão das aves é superstição brasileira de que as mesmas “ciscam para trás”. O porco e o bacalhau são uma culinária de influência portuguesa. Há também os pratos que não são retirados da mesa em nenhuma das datas, que é o caso do arroz à grega, das frutas e da farofa. Esta um verdadeiro prato nacional, um misto de influência indígena com a farinha de mandioca e de milho, fazendo uma miscelânea com passas, nozes, torresminho e castanha, formando uma verdadeira miscigenação cultural gastronômica.
Tem sido cotidiana desde a criação do bistrô a feitura de ceias natalinas e ceias de réveillon para as pessoas levarem para as suas casas os pratos prontos, esse ano não fugiu a regra e foram entregues muitas aves, muitos assados de porco, arroz à grega e farofa, um doce e poético preparo do artesão e seus assessores admiradores desta arte de festas. Segue sugestões para o réveillon que aí vem.


Um doce apreciado no Brasil para a data natalina ou ano novo.

Rabanadas

Ingredientes:
(para 5 ou 6 pessoas)
- 20 fatias de pão amanhecido
- 1 e ½ copo de leite
- 8 ovos batido
- óleo pra fritar
- açúcar
- canela em pó
Tempo de preparação 30 minutos.

Modo de preparo:
Umedeça as fatias de pão no leite e depois passe-as no ovo batido. À parte aqueça o óleo numa frigideira. Quando estiver bem quente, frite as fatias pouco a pouco. Escorra-as em papel absorvente e termine polvilhando com açúcar e canela em pó. É um prato típico português aculturado ao Brasil e muito barato.





Uma vez um prato de sobrevivência, hoje um prato de festa, doçaria típica do Minho, muito simples, mas gostosíssima.

Bacalhau Comemorativo

Ingredientes:
- 1 ½ kg de bacalhau
- 1 kg de batatas
- 4 colheres de sopa de manteiga
- 6 dentes de alho picado
- molho de pimenta
- azeite de oliva

Para guarnecer:
- ovos cozidos
- rodelas de cebola e tomates (ou tirinhas de pimentão vermelho ou verde)

Modo de preparo:
Dessalgue o bacalhau na véspera. Primeiramente ferva o bacalhau, na água do mesmo ferva as batatas. Tire as espinhas e a pele do bacalhau (costumeiramente o lombo já é vendido no mercado sem a pele) cuidando que o lombo não seja deformado, leve em uma refrataria o bacalhau ao forno com pedaços de manteiga e os dentes de alho picado. Refogue a cebola e o tomate a parte. Os ovos já devem estar cozidos quando o bacalhau estiver levemente tostado. Finalize montando o prato, as batatas podem ser colocadas tipo ao murro com a pele para que o comensal a descasque. Regue com bastante azeite de oliva e molho de pimenta, azeitonas vão muito bem para a decoração, sirva. É uma maneira muito interessante de comemorar o ano novo. 






Maneira bonita e muito simples de servir o prato. Retirado do livro "A Cozinha Portuguesa de Ofélia".

segunda-feira, 12 de novembro de 2012



O Xixo e as Suas Influências

Xixo gaúcho, churrasquinho árabe ou espetinho grego?

O xixo na gastronomia da atualidade no Brasil é consumido em toda a região sul. Sendo divulgado como comida típica no Rio Grande do Sul, erroneamente, pois a terra gaúcha não tinha no princípio a produção de legumes usada neste prato (cebola, tomate e pimentões). O que possivelmente existiu foi aculturação uma vez que nós gaúchos somos simpáticos a arte de assar. As influências devem ter sido múltiplas, mascates libaneses, turcos, sírio-libaneses e gente origem grega, parecem ser os donos dessa técnica de intercalar cubos de carne de boa qualidade com legumes, cebola, tomate e pimentões, no plural por que as espécies usadas podem ser a das três cores: verde, amarelo e vermelho. Um subsidio para reforçar argumentação do artesão é esta receita retirada de um livro de culinária libanesa “Histórias e Receitas da Família Madi de Julieta Riscalla Madi”.

Zahm-michwye (Espeto de Carne Cortada)

Ingredientes:
- 500g de carne (filé, alcatra ou uma carne macia) cortada em pequenos cubos;
- cebolas pequenas ou cortadas em quadrados quando grande;
- 4 tomates cortado em quatro
- 1 pimentão vermelho ou verde, também cortado em quadrados;
- sal, pimenta síria e azeite para temperar;
Prepare os espetos com a carne, intercalando a cebola, o tomate e o pimentão.

Modo de Preparo:
Asse na brasa e é da cultura árabe assar também no álcool, da mesma maneira que a *cafta.
* cafta é outro espetinho árabe, este feito de carne moída, temperado com pimenta síria e hortelã. Também erroneamente divulgado como culinária gaúcha, inclusive em livro do SENAC, alguns chamam a cafta aqui no rio grande de “churrasco de boi moído”.

 Xixo a moda gaúcha:
cubos maiores de filé mignon, pimentão de duas cores, tomate, cebola e o espeto normal usado para churrasco. É comum o uso de um espeto especial e mais fino para a feitura do xixo

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Paella, prato típico espanhol em 
“O Atelier”

“ O arroz é a base da Paella, prato oriundo de valência que seus “huertos” produz grãos da mais alta qualidade. Espalhando-se por todas as províncias da Espanha, a paella converteu-se em prato nacional. Cada região a prepara a sua maneira – há centenas de receitas diferentes – mas a considerada mais saborosa é a marinera, composta exclusivamente de frutos do mar, vagens, ervilhas e arroz. A paella valenciana é feita de caracóis (mariscos), carne de porco, galinha ou coelho, favas e calamares. O açafrão (pistilo de uma flor). Torrado e moído é indispensável a qualquer paella conferindo-lhe não só seu sabor peculiar. Como tingindo o arroz de amarelo. E já que por cima da paellera é posto pimentão vermelho – nenhuma dúvida pode ser admitida: com o seu colorido vermelho-amarelho, o prato é a própria bandeira da Espanha. ”
Crônica de Flávio Alcaraz Gomes publicada em Zero Hora na segunda-feira (05/08/85) definindo a paella como uma verdadeira bandeira da Espanha.

Casais Bortolo e esposa, Paulo e esposa degustando a Paella feita sob encomenda em O Atelier.
 O colorido dos pimentões amarelo e vermelho garantindo a cor peculiar da Paella. Faltou somente camarões gigantes e uma quantia maior de mariscos para enfeitar o prato. Ingredientes pouco encontrados na nossa região ao pé da serra e longe do mar.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012



Cadernos do Artesão Gastronômico
 
Divergências Culinárias

         Durante algum tempo este artesão tem feito apontamentos gastronômicos de O Atelier, somente positivos. Como se o assunto gastronomia não tivesse divergências, ou uma boa cozinha não fosse feita por pessoas que gostam de um prato e outras detestarem o mesmo.
        
Uma Salada Exótica

         Um dos experimentos feitos pelo artesão no bistrô O Atelier, foi o oferecimento à freguesia de uma salada com leves toques de exotismo: bulbo de funcho com nacos de anchova no óleo, completada por cebola roxa picada finamente, azeitona preta e tomate cerejinha. Dá o toque final um bom vinagrete.

Filé ao Ponto

         Essa pedida tem sido muito difícil de decifrar pelos gastrônomos que servem sua clientela. O que foi criado para facilitar a vida dos que exercitam a arte de assar, grelhar um bom filé ou chapear. Serve para causar transtorno. Pois qual é o verdadeiro filé ao ponto pedido? É a carne devidamente selada e rosa por dentro? Pode não estar no ponto para alguns. Ao ponto para estes pode ser exageradamente mal passado ou para outros esturricada. Sempre que o pedido for feito devia vir com o verdadeiro facilitador: mal passado, bem passado ou muito seco, como a minoria prefere. Que venha o facilitador com o “ao ponto de cada um”.

O Desvirtuamento de Receitas

         Um importante programa da televisão regional enfocou o concurso de cucas da Oktoberfest de Santa Cruz do Sul. Iguaria típica alemã, a receita ganhadora aos olhos deste artesão apresentou completo desvirtuamento. Na sua originalidade é feita da seguinte forma: com farinha, ovos, manteiga e um processo de crescimento, têm como cobertura uma farofa de açúcar, manteiga e raspas de limão, e no máximo acrescentamentos de alguma especiaria. Podendo ser recheada com alguma fruta que se tenha a disposição, no caso figo, laranja e uva. A receita ganhadora apresentou dois ingredientes que transformam o doce típico em um doce miscigenado, fio de ovos português e o leite condensado suíço. A grande protagonista que devia ser a cuca acaba sendo uma mera coadjuvante.


sábado, 22 de setembro de 2012



Duas noites de salmão e de bacalhau

            Duas noitadas gastronômicas, 10 e 11 de setembro, na UNIVATES através de curso de extensão mostraram dois renomados peixes, bacalhau e salmão. Um agradável bate-papo antecedeu a feitura dos pratos, nesta conversa foi salientado o regionalismo desses peixes e a difusão dos mesmos para o mundo. O bacalhau projetou a cultura portuguesa e suas receitas típicas, o salmão ganhou um espaço mais sofisticado da culinária francesa, ambos muito consumidos no Brasil de hoje. As receitas foram ministradas pelo artesão João Manoel. 

  
Uma das estrelas da noite foi o bacalhau português, do Douro Litoral, cozinha regional foi Bacalhau à Zé do Pipo. Prato que leva bacalhau, cebolada, purê à volta na refratária, sendo complementado no centro com maionese. A decoração fica por conta das azeitonas pretas e bom apetite.


  Outro prato que teve brilho foi o Salmão ao Molho de Laranja, grelhado na manteiga com especiarias, decorado com champignon e usa dedo de dama. Uma gastronomia que começa a se integrar ao Brasil através da importação do salmão chileno. Uma noite interessante com muitos curiosos gastronômicos interessados em aprender, mas que acabam também ensinando.


Memória e contemporaneidade gastronômica

  O caderno de gastronomia de Zero Hora estreou na sexta-feira dia 21 de setembro de 2012 com uma roupagem nova e com o nome de “Gastrô”. Inicia com uma viagem gastronômica ao Peru, com a enviada especial Bete Duarte. O caderno mostra uma comida exótica e uma feira gastronômica em Lima que reuniu 500 mil pessoas.
       Chamou-me a atenção um dos petiscos servidos como couvert na narrativa de Bete, de uma visita a um dos restaurantes de Gastón Acurio, chef idolatrado pelos peruanos. Fala a gastrônoma: “na mesa desfilaram a bochecha de boi cozida, muito macia. Acompanhada de batatas em distintas texturas”.
            Ouvir isto foi um estímulo a minha memória e um velho logradouro público, um beco desaparecido de Roca Sales, momentaneamente voltou a viver e com eles nós viventes daquela época, anos 60. Famílias que moravam no beco tinham seu sustento providos por comidas hoje quase que desaparecidas das mesas. No beco era servido cabeça de boi e com ela as faladas bochechas servidas no Peru e degustadas pela enviada especial.
                Se não me falha minha memória gustativa, bochechas e toda a carne da cabeça são saborosíssimas, atinge a citada maciez com muito cozimento. Virou curiosidade gastronômica no Peru por uma única razão, cozinha regional daquele país. Enquanto que aqui continuará prato extinto ou encarado com muito preconceito.

sábado, 25 de agosto de 2012


Ainda sobre Risotos

Risoto de Rabada com Agrião
Uma divina inspiração nascida dos chefs que praticam a culinária de botequim da região sudeste, principalmente os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Onde existem aficionados dessa arte de renovação, com ingredientes e receitas conhecidas. Neste caso o prato nasce sob influência da rabada com agrião, um clássico da cozinha brasileira. 

Ingredientes:
- 1 colher de azeite de oliva
- 1 cebola cortada em cubos
- 2 xícaras de arroz arbório
- ½ cálice de vinho branco seco
- caldo de carne, o suficiente para fazer o risoto mais ou menos 2L
- 3 tomates bem maduros
- 1 rabo de boi
- 1 molho de agrião
- ½ xícara de manteiga
- ½ xícara de parmesão ralado
- sal e pimenta do reino a gosto
Opcional: para colorir poderá ser usado um pouco de massa de tomate ou até mesmo colorau.

Modo de preparo:
Primeiramente em uma panela cozinhe o rabo com especiarias: buquê garni, pimenta, cenoura e vinho branco. Uma vez bem macio retire dos ossos e reserve a carne e o caldo.
Refogue a cebola e o tomate numa panela média em fogo baixo mexendo sempre. Adicione o arroz e deixe dar uma esquentada. Coloque o vinho e aumente o fogo deixando evaporar. Vá acrescentando o caldo com uma concha, mexendo sempre, aos poucos o arroz vai ficar al dente, quando estiver no ponto do seu agrado que pode ser até um pouco mais cozido, junte a carne do rabo, acerte o sal e pimenta. Se já estiver no ponto desejado coloque a manteiga praticando o mantecare, isto é emulcionando com uma colher de pau, acrescente o parmesão e por último o agrião sem preocupação que fique muito cozido. Passe-o para uma travessa, servindo-o imediatamente, acompanha uma salada verde e um pãozinho francês regado com um bom vinho de seu gosto.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

De Arroz e Risotos

Na região da Lombardia, mais precisamente em Milão nasceu o prato típico risoto, que nada mais era do que o arroz de boa qualidade, vinho, manteiga, parmesão e especiarias. O risoto espalhou-se pelo mundo ganhando as mais variadas caras. Os desvirtuamentos também tornaram-se corriqueiros. Num dos programas “Mais Você”, dos últimos dias, o enfoque foi risoto. As apresentações do prato salientaram várias receitas dando enfoque as inovações atuais. As novidades risoto de linguiça e funghi, risoto de rabada com agrião, risoto de carne de sol com queijo de coalho. Modismos da nova cozinha, só o tempo dirá se serão transformados em clássicos.
            Vejam o que hoje não é novidade risoto de camarão, risoto de frutos do mar que segundo o chef é expressamente proibido a colocação de queijo nesse tipo de risoto. No modo de ver deste artesão já é uma alteração das regras básicas do risoto, quando não pode faltar um bom queijo parmesão que é o ingrediente principal de fecho do prato juntamente com a manteiga.
            Há uma grande confusão com respeito ao risoto e alguns arroz, com algum ingrediente, como são os casos de: arroz com galinha, arroz a carreteiro, arroz com piqui, arroz com frutos do mar ou até paeja ou ainda arroz com curry prato típico da Índia. O que fica claro com respeito a risoto que pode haver as mais variadas tipificações usando uma diversidade de ingredientes também variados. Tudo dentro da regra fundamental para se fazer um bom risoto tem que haver a mantecatura. Uma vez pronto o risoto haverá o acrescentamento da manteiga que será batida junto ao arroz e por fim o parmesão não havendo esse processo não será risoto e sim arroz com alguma coisa.





 Novo Sabor Risotos é um verdadeiro manual de diferenciação de risotos e arroz com algum ingrediente.












Risoto Milanês (risoto clássico)

Ingredientes:
- 1 colher de azeite de oliva
- 1 cebola cortada em cubos
- 2 xícaras de arroz arbório
- ½ cálice de vinho branco seco
- caldo de carne, o suficiente para fazer o risoto mais ou menos 2L
- 1 envelope de açafrão
- ½ xícara de manteiga
- ½ xícara de parmesão ralado

Modo de preparo:
Refogue a cebola numa panela média em fogo baixo mexendo sempre. Adicione o arroz e deixe dar uma esquentada. Coloque o vinho e aumente o fogo deixando evaporar. Vá acrescentando o caldo com uma concha, mexendo sempre, aos poucos o arroz vai ficar al dente, quando estiver no ponto do seu agrado que pode ser até um pouco mais cozido, junte o açafrão, sal e pimenta. Se já estiver no ponto desejado coloque a manteiga praticando o mantecare, isto é emulcionando com uma colher de pau, acrescente o parmesão e passe-o para uma travessa, servindo-o imediatamente, acompanha uma salada verde e um pãozinho francês regado com um bom vinho de seu gosto.

sábado, 14 de julho de 2012

O homem na cozinha, livros e amigos

O homem na cozinha iniciou como um modismo no final dos anos 80 e começo dos anos 90. Nos dias de hoje o homem é um aficionado da cozinha o que era hobby transformou-se na normalidade.
            Logo que iniciou a divulgação do “o homem na cozinha” houve todo um interesse por parte de alguns em busca de conhecimento para exercitar a arte de cozinhar. Vem dessa época gostosas gentilezas que recebi de alguns amigos entre eles dona Odeima e Pascoal e Sandra. A primeira havia eu lido uma resenha em Zero Hora sobre o livro “Homem de Pelotas na Cozinha” editado pela editora Livraria Mundial em 1995. Numa conversa com dona Odeima, contei do livro e da dificuldade de comprá-lo em uma das viagens que fazia a sua terra natal Pedro Osório trousse o livro, me apresentando a livraria centenária e um receituário da melhor qualidade.
            Bem mais tarde em uma viagem a Portugal recebi do casal Pascoal e Sandra o livro Doçaria Conventual Portuguesa. Havia eu pedido a Pascoal que me trouxesse o livro sobre doces conventuais, pois era possuidor de alguns livros de doces Conventuais da Ilha da Madeira e dos Açores. Esse artesão é um curioso desta arte conventual. Não esperava os referidos presentes, mas os amigos mostraram que gastronomia também é gentileza. A eles a minha gratidão pela contribuição gastronômica.



Livro que descreve a confraria de gourmets de Pelotas, mostrando a tradição culinária daquela cidade

 
Doce Conventual

São conhecidos nos países de colonização portuguesa, a principal característica é a simplicidade dos ingredientes, mas é preciso muito esmero na feitura para atingir o objetivo de um doce perfeito. O pão-de-ló é um dos doces mais conhecidos da culinária portuguesa, disseminou-se pelo mundo. Vem do presente recebido essa receita:





Pão-De-Ló de Alfeizerão
12 pessoas

Ingredientes:
- 4 ovos;
- 8 gemas;
- 250g de açúcar;
-125g de farinha;
- 1 colher de sopa de aguardente;
- raspas de meio limão;
- manteiga para untar.

Modo de preparo:
            Bata as gemas, os ovos e o açúcar, com a raspa de limão e a colher de aguardente, até obter um creme fofo e volumoso. Junto suavemente a farinha sem bater muito. Unte uma forma com manteiga. Leve ao forno a 180°C durante cerca de 20 minutos. Deve ser desenformado cuidadosamente para não abrir. É retirado do forno úmido e não seco.
Nota: para o pão-de-ló de alfeizerão há umas formas artesanais feitas propositadamente. Isso em Portugal. Aqui pode fazer em forma redonda lisa forrada com papel manteiga.
Fotografia: António Rosado
 Os doces conventuais extrapolaram as paredes dos conventos e são servidos em casas da especialidade. (Portugal).















sexta-feira, 6 de julho de 2012


Uma brilhante aula De 
Cozinha familiar e étnica. 

            Interessante investigação promovida em aula no dia 05 de julho de 2012 pelo professor Junior Rabaioli na UNIVATES. Levou alunos do curso de gastronomia gaúcha a buscar “receitas de família”, que veio a dar nas vertentes das etnias alemã, italiana e açoriana. Não faltando um misto de caldo cultural da miscigenação brasileira.
            A grande abordagem culinária da noite foi a cozinha colonial alemã do Rio Grande do Sul e seus farináceos: Klees, Spätzle, Pastéis fervidos (Maultaschen). Esse último doce com creme de baunilha e calda de laranja.
            No final da noite os pratos pesquisados pelos alunos foram servidos para uma degustação. A investigação revelou excelentes descobertas gastronômicas. A noitada acabou em brincadeira por parte dos alunos de origem germânica quando um dos professores pronunciou a palavra alemã conforme lia, no caso Spätzle, foi um riso geral, mostrando que gastronomia também é descontração e cultura.






  Livro do professor Arno Muller e Lori R. S. Heinrichs. É o resgate de algumas receitas familiares da etnia alemã no estado.
 



A foto apresenta um prato da falada culinária familiar da nossa aula. No caso um prato servido para família deste artesão, principalmente quando existe a pressa, pois é um prato de cozinha rápida. Amburgão com batatas.

sábado, 30 de junho de 2012


A Obra Queiroziana Impregnada de Gastronomia e Harmonização.
“Livros e cozinha recomendada pelo artesão”

A obra de Eça de Queiroz apresenta curiosidade que o tempo não ultrapassou, muito pelo contrário, os conceitos gastronômicos são atualíssimos guardadas as pequenas atualizações da técnica de cozinha. Mesmo doente Eça parece ter sido um bom vivant.
Suas incursões gastronômicas não foram somente pela culinária portuguesa, o conhecimento culinário do escritor é impregnado pela cultura francesa. Seus romances crônicas e contos apresentam descrição de mesas fantásticas, com entradas, pratos principais e harmonização com vinhos regionais como Bucelas, Colares, Porto, Madeira e outros do Vale do Douro. É um encanto viajar pela obra de Eça conhecendo gastronomia.


Comer e Beber com Eça de Queiroz, Editora Index.
Eça de Queiroz e os prazeres da mesa
Beatriz Berrini

Receitas
Maria de Lourdes Modesto

Selecção e comentário dos vinhos
Vasco Penha Garcia

Fotografias
Catarina Costa Cabral

Decoração das mesas
Malu Futscher Pereira e José Vaz Guedes

Rio de Janeiro – 1995




Um dicionário que define a terminologia gastronômica de Eça. O autor Dário Moreira de Castro Alves, um filólogo dos termos gastronômicos Queirozianos.
















Um mergulho nos vinhos oitocentistas do mundo, tudo através das obras de Eça de Queiroz e da pesquisa de Dário Moreira de Castro Alves.

sábado, 23 de junho de 2012


O Gosto pela Fotografia e O Prato

            Miguel Matiello é conhecido deste artesão desde criança. Hoje é freguês de O Atelier e amigo. Um dia destes vi Miguel praticando a arte da fotografia junto a um enorme guapuruvu nos fundos de sua casa. Registrava um namoro de pica-paus na copada na árvore.
             Por isso não resisti em lhe fazer um apelo para que registrasse um prato de O Atelier, pensava eu que o trabalho de Miguel ficaria muito interessante. A foto de Miguel mostra o “Filet à Chateaubriand” que não é um prato, e sim um corte, mas não vamos teimar em dizer que recebe outro nome. A foto do “Filet à Chateaubriand” da casa também pode ser chamada de filé ao molho madeira, um clássico francês disseminado pelo mundo.
Segue a receita do citado filé:

Filet à Chateaubriand
(Filé ao Molho Madeira)

Ingredientes:

- 300g de filet mignon
- sal
- pimenta do reino
- 1 colher (sopa) de molho inglês
- ½  concha de manteiga derretida
- 1 concha de molho madeira
- 2 colheres (sopa) champignon

Modo de Preparo:

            Tempere o filet com sal, pimenta do reino e o molho inglês. Grelhe em uma frigideira com manteiga. Reserve. À parte leve ao fogo o molho madeira com champignon. Deixe ferver um pouco. Retire e ponha sobre o filet. Sirva com batata soufflé e arroz branco.


sábado, 9 de junho de 2012


Bacalhau às natas ou Bacalhau com natas?


Tiago Fontoura me manda um recado de Portugal: “a maneira certa de se dizer é bacalhau com natas, e com certeza é muito saboroso. Saudações da terra de Cabral”.
Em meu livro Culinária de Etnias comentários e citações de um escritor gastrônomo publiquei a referida receita como bacalhau às natas. A razão para a publicação da referida receita foi uma velha carta de um restaurante já fechado em Porto Alegre. No cardápio o antigo dono Almeida português da terrinha oferecia “bacalhau às natas”.
Usando argumentações mais atuais, no mercado público de Porto Alegre a banca 26, 27 oferece bacalhau às natas congelado. O antigo restaurante naval, Casa Centenária, antes um pé sujo, hoje com roupagem nova uma casa sofisticada, também oferece em sua carta bacalhau às natas.
Este cronista é dono de inúmeras bibliografias com respeito a bacalhau. Livros vindos direto de Portugal, revistas Gula, edições especiais com bacalhau e folhetos de publicidades da Norge, a grande exportadora de bacalhau da Noruéga. Devo dizer que o amigo Tiago Fontoura tem meia razão, pois este material apresenta na sua grande maioria “bacalhau com natas” o que me leva a conclusão que “bacalhau às natas “ é linguagem popular ou resquícios da cultura açoriana da nossa querida Porto Alegre. Esquecendo as divagações teóricas fique com a receita dessa sonorização que acho bem mais interessante que bacalhau com natas. Este bacalhau é  oferecido sob encomenda em “O Atelier”.


BACALHAU ÀS NATAS

(Culinária Portuguesa)


06 porções

1kg de bacalhau portinho desalgado
1kg de batatas(cortadas na forma de palitos,fritas)
1 pote de nata
1 litro de leite
Meio copo de farinha de trigo
50 g de manteiga
3 cebolas
azeite de oliva o quanto baste
sal,pimenta,noz-moscada e pão ralada


Modo de preparo:

Cozinha-se o bacalhau escorre-se, limpando o mesmo de espinhas e peles. Frita-se as batatas em óleo de milho, reservando.Em outro recipiente faça a cebolada usando o azeite de oliva e cebola em rodeladas, bacalhau em lascas e pimenta-do-reino.Faça um molho bechamel com o leite, a manteiga,farinha de trigo.Quando o molho branco estiver pronto coloca-se a nata acertando a noz-moscada,o sal e a pimenta.Forre uma refratária com a cebolada e o bacalhau as lascas num primeiro paço,no segundo coloque as batatas fritas.Complete cobrindo o bacalhau com as natas.Vai ao forno para dourar.Pode ser decorado com azeitonas pretas.


Prato típico da culinária portuguesa e de influência francesa