Memória e contemporaneidade gastronômica
O caderno de
gastronomia de Zero Hora estreou na sexta-feira dia 21 de setembro de 2012 com
uma roupagem nova e com o nome de “Gastrô”. Inicia com uma viagem gastronômica
ao Peru, com a enviada especial Bete Duarte. O caderno mostra uma comida exótica
e uma feira gastronômica em Lima que reuniu 500 mil pessoas.
Chamou-me
a atenção um dos petiscos servidos como couvert na narrativa de Bete, de uma
visita a um dos restaurantes de Gastón Acurio, chef idolatrado pelos peruanos. Fala
a gastrônoma: “na mesa desfilaram a bochecha de boi cozida, muito macia. Acompanhada
de batatas em distintas texturas”.
Ouvir
isto foi um estímulo a minha memória e um velho logradouro público, um beco
desaparecido de Roca Sales, momentaneamente voltou a viver e com eles nós
viventes daquela época, anos 60. Famílias que moravam no beco tinham seu
sustento providos por comidas hoje quase que desaparecidas das mesas. No beco
era servido cabeça de boi e com ela as faladas bochechas servidas no Peru e
degustadas pela enviada especial.
Se não
me falha minha memória gustativa, bochechas e toda a carne da cabeça são
saborosíssimas, atinge a citada maciez com muito cozimento. Virou curiosidade gastronômica
no Peru por uma única razão, cozinha regional daquele país. Enquanto que aqui
continuará prato extinto ou encarado com muito preconceito.
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