sexta-feira, 26 de julho de 2013



O lamento do artesão pela momentânea perda das almas do Mercado Público e de  Porto Alegre


No dia 06 de julho de 2013 um incêndio danificou parcialmente o Mercado Público de Porto Alegre tornando a vida no quadrilátero Rua Borges de Medeiros, Rua Júlio de Castilhos, Largo Glênio Perez e Travessa José Carlos Dias de Oliveira muito diferente do que era. Falei no início do parágrafo que o incêndio danificou o mercado, na verdade o incêndio machucou a alma da cidade.
Milhares de transeuntes passavam diariamente em burburinho pelo mercado, com olhares curiosos pelas bancas que ofereciam os mais variados tipos de produtos, uma boa parte não encontrável em outros locais que não ali. Era interessante observar as bancas disputando a clientela na venda do bacalhau, no oferecimento dos ingredientes para uma feijoada, gourmets buscando especiarias e temperos raros de encontrar ou algum gaúcho em busca de uma erva diferenciada das demais. Aficionados da cozinha macrobiótica procurando os mais variados tipos de grãos. Glutões atrás de pratos excêntricos como rins ao molho madeira no Restaurante Gambrinus, também o mocotó servido na maioria dos restaurantes da praça de alimentação, guloseimas procuradíssimas. Outros tomando o cafezinho de cada dia ou o chopp diário, mais alguns atrás da conversa fiada cotidiana. Onde andará essa gente? Com certeza um tanto quanto perdidos por aí.
Que o mercado reabra provisoriamente o quanto antes, pois os freqüentadores e a cidade momentaneamente estão sem alma. 





Foto do Mercado Público inativo, pós incêndio do dia 06 de julho de 2013.