segunda-feira, 30 de abril de 2012


Feijoada, um ritual

            Na casa deste artesão a feijoada com a chegada do inverno é quase uma ritualística. Envolve a família, sempre algum convidado, ou o convidado de sempre meu amigo e compadre Valmor Piccinini. Falei ritualística mas é uma comunhão que envolve a comida, o vinho, o bate papo e todos a volta da mesa. Feijoada completa que para muitos sempre será incompleta porque terá mais um ingrediente a ser acrescentado. Um dos primeiros restaurantes que travei conhecimento com este prato foi o Bar Naval, o antigo não o de hoje que está transformado num restaurante de peixes e frutos do mar, por sinal restaurante bem sofisticado, não tendo muito há ver com o antigo Pé Sujo. Vem dali a divulgação de um verdadeiro cardápio que é esse prato nacional. Autoria desse poema receita é de Paulo Naval, antigo garçom e gerente daquela casa:
                                                      
Hoje sexta-feira

o terror gastronômico
Venha saborear a terrível feijoada
do Naval
Feijão preto bem cozido,
Pé de porco, costelinha salgada
charque, lingüiça calabresa.
Bacon e costela defumada
Em terrina será servido.
Uma laranja de sobremesa.
Teste a gastrite estomacal,
a gosto coloque pimenta
Que no inverno aquece
e no verão alimenta.


Feijoada
Comida típica, servida em todo país em restaurantes, bares, botequins e birosca. É motivo de difusão de cultura e de música quando reúne os afixionados do samba, do chorinho e do pagode. Nesses casos uma genuína manifestação cultural do Brasil. Já nas casas como a mesa do artesão é o falado ritual.  

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