Feijoada, um ritual
Na
casa deste artesão a feijoada com a chegada do inverno é quase uma ritualística.
Envolve a família, sempre algum convidado, ou o convidado de sempre meu amigo e
compadre Valmor Piccinini. Falei ritualística mas é uma comunhão que envolve a comida,
o vinho, o bate papo e todos a volta da mesa. Feijoada completa que para muitos
sempre será incompleta porque terá mais um ingrediente a ser acrescentado. Um dos
primeiros restaurantes que travei conhecimento com este prato foi o Bar Naval,
o antigo não o de hoje que está transformado num restaurante de peixes e frutos
do mar, por sinal restaurante bem sofisticado, não tendo muito há ver com o
antigo Pé Sujo. Vem dali a divulgação de um verdadeiro cardápio que é esse
prato nacional. Autoria desse poema receita é de Paulo Naval, antigo garçom e
gerente daquela casa:
Hoje sexta-feira
o terror gastronômico
Venha saborear a terrível
feijoada
do Naval
Feijão preto bem
cozido,
Pé de porco,
costelinha salgada
charque, lingüiça calabresa.
Bacon e costela
defumada
Em terrina será
servido.
Uma laranja de
sobremesa.
Teste a gastrite
estomacal,
a gosto coloque
pimenta
Que no inverno aquece
e no verão alimenta.
Feijoada
Comida típica, servida em todo país em restaurantes, bares, botequins e birosca. É motivo de difusão de cultura e de música quando reúne os afixionados do samba, do chorinho e do pagode. Nesses casos uma genuína manifestação cultural do Brasil. Já nas casas como a mesa do artesão é o falado ritual.