segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Uma Bela Revista e Vinho Barato

A edição 143 da revista Bom Vivant traz excelente reportagem sobre vinhos, com o titulo: “Vinho barato pode ser bom?” A resposta uma degustação de vinhos nacionais e estrangeiros comprados no mercado por menos de R$ 15,00. A degustação aconteceu em Porto Alegre na Escola do Vinho da Miolo. Os degustadores não foram profissionais em elaboração de vinhos como enólogos ou sommeliers, mas jornalistas e consumidores.


Tabela de notas
Um excelente vinho: de 90 a 100 pontos
Um vinho muito bom: de 85 a 89 pontos
Um vinho bom: de 80 a 84 pontos
Um vinho razoável: de 70 a 79 pontos
Estes eram os critérios de nota da avaliação.

O resultado dos vinhos degustados tiveram o critério mais ressaltado a ausência de tipicidade na grande parte das amostras, ou seja, um Merlot pode ser confundido com um Cabernet Souvignon. Foi o maior defeito constatado entre os dezessete vinhos avaliados. Três vinhos eram conhecidíssimos deste bebedor de inverno e consumidor de vinho barato, para a minha alegria os três de minha preferência: O nacional Marcos Jemes – Tannat 2008 (obteve a melhor nota dos nacionais), teve uma avaliação mediana 78,2. Outros dois conhecidos foram vinhos portugueses que no modo de ver deste artesão contradizem o grande defeito detectado na degustação que é a salientada falta de tipicidade. O ganhador um Tinta Roriz 2008 da Aliança, vinho de Portugal – Vista recebeu 81,6 pontos. Um vinho forte frutado conforme a própria sepa diz Tempranillo uma vinha difundida pelo mundo. (Tinta Roriz é como é conhecida a Tempranillo em Portugal).
O segundo colocado foi uma assemblage Messias de uvas portuguesas e recebeu a avaliação de 80 pontos. Voltando a tipicidade só podia ser ganhador vinhos que recebem nomes de vinhas que são quase uma quadra poética: Tinta Barroca, Tinta Roriz, Touriga Francesa, Touriga Nacional. Não soa bonito, o som quase com gosto de vinho?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

                                         Tributo a Rodolpho Bottino

      Há alguns dias desapareceu Rodolpho Bottino, ator de televisão e teatro, chefe de cozinha e apresentador de programa gastronômico na TVE durante muito tempo. Fazia um programa gostoso cozinhando e trazendo gente interessante da música, do teatro e da escrita. Lembro de ter assistido ótimas entrevistas e boas receitas, sendo mais preciso boas aulas de culinária dadas as vezes com alguma desorganização, mas de uma forma de quem tinha grande amor pelo o que fazia.
      Nas entrevistas os entrevistados conseguiam fluir com seus assuntos, coisa difícil para alguns entrevistadores. Este artesão conseguiu memorizar e tornar inesquecível alguns pratos preparados pelo chefe Bottino. Lembro uma entrevista e receita dada pela escritora Nélida Piñon. A entrevista, uma fala sobre literatura e sua origem espanhola, a receita, o preparo de um polvo cozido com azeite, alho e cebola, sendo cortado com tesoura e polvilhado na hora de servir com páprica forte importada da Espanha. Este artesão aventurou-se na elaboração do prato e descobriu que a páprica é de fato muito forte, o prato é saboroso.
     Bottino foi um divulgador da cozinha clássica e buscou por em evidência artistas, não grande freqüentadores da mídia. Uma grande perda para os que gostam da boa cozinha e de homens que fazem a diferença através da cultura. 
Eis algumas receitas do chef Bottino retiradas de programas seus:

Filé de Saltimbanco

Ingredientes:
- 4 medalhões de filé mignon
- 4 fatias de presunto
- sal
- pimenta (opcional)
- manteiga

Modo de preparo:
       Chapear os filés na manteiga na frigideira, uma vez preso os presuntos aos mesmos, não confundir com enrolar. Uma vez concluída a operação deglaciar a frigideira com vinho.
     OBS.: iniciar a fritura na manteiga com a parte do presunto para baixo, para evitar que o mesmo encolha.
       Servir com purê de batata doce temperado com leite, gengibre, manteiga e mel.

Polenta do mediterrâneo
(polenta feita com caldo de legumes e leite)
“É servida com legumes a confit”

Ingredientes:
- alho-poró
- cenoura
- 10 cebolas pequenas
- abobrinha

Modo de preparo:
     Tudo fervido no azeite de oliva. Os legumes devem ser temperados com ervas tomilho, manjericão e alecrim. Podendo ser acrescentado alho e pimenta e sal a gosto.
   Faça uma polenta cozinhando-a por cerca de 40 minutos. Fazer a montagem decorando a polenta com os legumes e lascas de queijo parmesão é a cozinha bottiniana.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

     Uma pequena incursão e o filé do Santo Antônio
    
      Um grupo de dez pessoas se deslocou especialmente para um degustação gastronômica. Saíram de Roca Sales até a capital gaúcha, Porto Alegre. O objetivo a comemoração do aniversário de Marcelo De Conto e o oferecimento de um filé especial em casa de tradição na capital, o restaurante Santo Antônio com uma carta maravilhosa à disposição. A escolha recaiu sob o famoso filé a alho e óleo, uma delícia. A casa tem raízes de formação e inauguração na época da exposição farroupilha de 1935 quando começou a grande difusão da carne gaúcha e da nossa gastronomia.

 Filé a alho e óleo
Com batatas portuguesa, uma farofa de manteiga poderia ser o filé a Osvaldo Aranha, mas no restaurante Santo Antônio é o carro chefe da casa e um famoso filé de 75 anos, o filé alho e óleo.



O aniversariante Marcelo e seus convidados
O artesão junto aos felizes convivas no interior do restaurante Santo Antônio, um verdadeiro templo da gastronomia.