sábado, 22 de setembro de 2012



Duas noites de salmão e de bacalhau

            Duas noitadas gastronômicas, 10 e 11 de setembro, na UNIVATES através de curso de extensão mostraram dois renomados peixes, bacalhau e salmão. Um agradável bate-papo antecedeu a feitura dos pratos, nesta conversa foi salientado o regionalismo desses peixes e a difusão dos mesmos para o mundo. O bacalhau projetou a cultura portuguesa e suas receitas típicas, o salmão ganhou um espaço mais sofisticado da culinária francesa, ambos muito consumidos no Brasil de hoje. As receitas foram ministradas pelo artesão João Manoel. 

  
Uma das estrelas da noite foi o bacalhau português, do Douro Litoral, cozinha regional foi Bacalhau à Zé do Pipo. Prato que leva bacalhau, cebolada, purê à volta na refratária, sendo complementado no centro com maionese. A decoração fica por conta das azeitonas pretas e bom apetite.


  Outro prato que teve brilho foi o Salmão ao Molho de Laranja, grelhado na manteiga com especiarias, decorado com champignon e usa dedo de dama. Uma gastronomia que começa a se integrar ao Brasil através da importação do salmão chileno. Uma noite interessante com muitos curiosos gastronômicos interessados em aprender, mas que acabam também ensinando.


Memória e contemporaneidade gastronômica

  O caderno de gastronomia de Zero Hora estreou na sexta-feira dia 21 de setembro de 2012 com uma roupagem nova e com o nome de “Gastrô”. Inicia com uma viagem gastronômica ao Peru, com a enviada especial Bete Duarte. O caderno mostra uma comida exótica e uma feira gastronômica em Lima que reuniu 500 mil pessoas.
       Chamou-me a atenção um dos petiscos servidos como couvert na narrativa de Bete, de uma visita a um dos restaurantes de Gastón Acurio, chef idolatrado pelos peruanos. Fala a gastrônoma: “na mesa desfilaram a bochecha de boi cozida, muito macia. Acompanhada de batatas em distintas texturas”.
            Ouvir isto foi um estímulo a minha memória e um velho logradouro público, um beco desaparecido de Roca Sales, momentaneamente voltou a viver e com eles nós viventes daquela época, anos 60. Famílias que moravam no beco tinham seu sustento providos por comidas hoje quase que desaparecidas das mesas. No beco era servido cabeça de boi e com ela as faladas bochechas servidas no Peru e degustadas pela enviada especial.
                Se não me falha minha memória gustativa, bochechas e toda a carne da cabeça são saborosíssimas, atinge a citada maciez com muito cozimento. Virou curiosidade gastronômica no Peru por uma única razão, cozinha regional daquele país. Enquanto que aqui continuará prato extinto ou encarado com muito preconceito.